quinta-feira, 8 de agosto de 2013

Padre Rufus, Nossa Senhora e o terremoto no Haiti

O convite ao Haiti – para fazer uma simples oração
E depois disso, o presidente da renovação carismática do Haiti conversou comigo, e ele me convidou para ir ao Haiti, para a convenção anual carismática no ano seguinte (1998). E ele me convidou para fazer lá no Haiti a mesma oração que eu tinha feito ali na Galiléia. E eu disse “bom, eu imagino que o senhor queira que eu faça algumas palestras” aí ele disse “não, já temos os palestrantes. Você só tem que fazer uma oração pelo povo e pela igreja do Haiti”. E eu fiquei pensando comigo mesmo: “será que ele não percebe o quanto que Bombaim é longe do Haiti? Ele está me chamando lá para fazer somente uma oração”.
Então eu esqueci desse convite. Logo em seguida recebi uma carta no mês de março me lembrando que eu deveria ir em abril no Haiti, fazer essa oração na quaresma. Então eu levei a sério o convite. Então eu voei de Bombaim de avião até Londres, de Londres para Nova Iorque, de Nova Iorque para Miami e de Miami para Porto Príncipe no Haiti. para fazer somente uma oração.
Eu tinha uma tentação muito grande de deixar de lado isso. E assim como Jesus tinha compaixão das multidões, então pensei “talvez o Senhor queira mesmo que eu vá lá”. E quando eu fui, no aeroporto, cheguei no aeroporto de Porto Príncipe, [mas] não tinha ninguém para me esperar.
E eu pensei “alguém tinha que vir me buscar”. Então veio uma senhora que perguntou: “o senhor é o padre Rufus?”. Eu disse “Sim!” Eu perguntei “E quem é você?”. “Eu sou a mulher do Primeiro Ministro do Haiti”. Então eu me senti que eu estava em boas mãos. E ela disse “Eu vou levar o senhor para a missa, que vai ser celebrado pelo arcebispo de Porto Príncipe no Haiti. E o senhor está sendo esperado para fazer a oração de conclusão da missa pela cura do povo, da igreja e da terra do Haiti.”

O cenário que o Pe.Rufus encontrou no Haiti
E durante o caminho ela foi me contando as coisas terríveis que havia no Haiti. Era o pobre mais pobre do mundo. O país que tinha muita violência. Que tinha como o vudu a religião oficial. Eu fique pensando para mim mesmo “onde eu fui me meter? Onde eu fui pousar? Espero que não tenha descido no inferno! Num pódio, ir para o purgatório.”
Então eu cheguei a tempo de ver aquela missa e dizer a oração. E fiquei na casa do Primeiro Ministro. E na manhã seguinte a esposa do Primeiro Ministro me levou para a montanha mais alta da capital. E ela disse: “eu quero que o senhor faça uma oração por toda a ilha do Haiti. Pelo povo, pela igreja e pela terra do Haiti”. Então eu a levei a sério.

A convenção da renovação carismática do Haiti
Então a convenção começou. E eu fiquei surpreso de perceber que a maioria era de jovens, cerca de 60 mil pessoas. Todos sentados na grama. Havia cadeiras somente para os padres e as irmãs. Então chegou o sábado à tarde no momento que foi dado a mim para fazer aquela oração. Então chegou um ostensório que foi trazido pela multidão. Foi o maior ostensório que eu já tinha visto na minha vida. E foi colocado no altar aquele ostensório. E também era o maior altar que eu já tinha visto na minha vista.
E então eu fiz aquela oração. E então eu coloquei todo o meu coração naquela oração. Num certo momento, sabendo como a terra era muitas vezes usada nas práticas ocultas para fazer bruxaria, eu pedi às pessoas que se ajoelhassem e tocassem a terra com a mão esquerda e esticassem a sua mão direita em direção ao céu. Como que tocando o céu e a terra. Depois que terminou essa longa oração, e eu fui para trás, para sentar com os bispos. Todos os bispos do Haiti estavam presentes, inclusive o núncio apostólico.

Uma surpresa inesperada: a aparição de Maria
E de repente o que é que eu vi? Eu vi que o povo não estava olhando para o ostensório mais. E estavam todos olhando para a direita, estavam olhando para alguma coisa à direita. E eu pensei “o que está acontecendo?” então o presidente da renovação veio ao palco e me disse “as pessoas estão dizendo que elas estão vendo uma luz naquela árvore. E algumas pessoas estão dizendo que estão vendo Maria naquela luz.” Eu não acredito muito em visões. Então eu não quis ficar olhando. Ou ficar olhando aquela árvore naquela luz.

A cura da criança cega
E eu disse “Maria, eu vou ver você no céu, já está bom para mim.” Então eu olhei para o chão. E eu disse “deixa eu olhar, então, para as raízes da árvore”, e aí havia flashes de luz das raízes da árvore. Então o presidente da renovação falou para mim “há uma senhora aqui que está dizendo para mim que seu filho de 2 anos, é cego e que recuperou a sua visão” e eu disse “eu não acredito nisso”.
Então ele trouxe essa mãe com sua criança, que tinha 2 anos a 3 anos, e quando eles vieram ao palco. Essa criança que havia nascido cega, ela veio em minha direção, levantou suas mãos e aí percebi que ela tinha recuperado a sua visão e a sua mãe disse que quando ela se aproximou da árvore que estava brilhando, seu filho disse para ela “mamãe! Olha só a Nossa Senhora!” e então ela percebeu que seu filho tinha recuperado a visão. É claro que aquela noite eu não pude dar a minha palestra, Maria tomou o meu lugar.

Novo dia, nova aparição
E no dia seguinte era o último dia, domingo. Então eu comecei a última sessão, o último ensinamento. Depois de algum tempo, mas eu vi depois de algum tempo (que) as pessoas não estavam olhando para mim, mas estavam olhando para a direita. “o que é que será que está acontecendo agora?” e o presidente da renovação veio me dizer “Nossa Senhora está aparecendo de novo”. Eu não me importo que N.Sra. apareça a qualquer momento. Mas ela pode aparecer no sábado que é o dia dela. É o dia dela. Mas hoje é domingo, é dia do Senhor.” Então o presidente da renovação disse: “mas hoje é um domingo especial. É o domingo da divina misericórdia” então eu percebi porque é que Maria estava aparecendo.
Veja por exemplo os visionários de Berincori, todas aquelas seis crianças olhando para Maria. Mas ali não havia seis, nem sessenta, nem seiscentas, nem seis mil, mas sessenta mil pessoas olhando para Maria. Aplaudam o Senhor por isso.

Padre Rufus visita novamente o local antes de sair do Haiti
No dia seguinte, na minha ida para o aeroporto, porque os bispos estavam me dizendo para ir para a diocese, para eu não ir para a diocese, senão Maria iria aparecer na diocese. Então eu disse “Não, eu tenho que ir embora” e na hora que a esposa do primeiro ministro estava me levando para o aeroporto, eu estava dizendo para ela “como é que essas coisas podem acontecer?” e eu disse para ela “Me leva para aquela árvore” e ela me levou até a árvore. Aí eu percebi que a árvore estava branca. “Mas esta é uma árvore branca!” ela disse “Sim! Porque as pessoas todas tiraram as lascas da árvore como suvenires.” Então ela me perguntou “você quer ter um pedacinho da árvore?” eu não sou muito fanático por relíquias ou suvenires mas eu disse “Sim” e eu trago sempre aquele pedacinho da árvore no meu bolso.
Eu vou terminar dando uma má notícia. Isso fez tamanho impacto naquele país que os estudantes daquela universidade naquele local do encontro, quiseram fazer uma grande igreja para marcar aquele evento. E todo mundo falava sobre isso, mas aos poucos as pessoas esquecem as coisas.
Terremoto no Haiti em 12/01/2010
100 a 200mil mortos
E depois, quando eu li, cinco anos mais tarde, [sobre] o grande terremoto, o total caos, eu procurei na internet. Não tinha sido construído nenhum memorial para honrar Nossa Senhora naquele local. Ao contrário, o novo governo tomou posse. Declarou novamente que o Vudu seria a religião oficial do Haiti e em 1999 o céu caiu sobre o Haiti. E anos mais tarde, o inferno caiu sobre o Haiti. Até mesmo o meu amigo arcebispo morreu naquele terremoto. Todos os seminaristas morreram. O país inteiro ficou cheio de dezenas de milhares de corpos. Tornou-se um inferno e eu fico me perguntando “anos antes era o paraíso. E Maria apareceu para eles. E porque as pessoas esqueceram-se de Maria, Deus acabou se esquecendo daquele povo”.

(Com Adaptações) 

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